Bug OnlyFans: vender atenção em vez de produto = exploração infinita
Não é entrega, é a ideia de que um dia chega

Ian Fernandes
🎭 Contingência
1 de setembro de 2025
8
min read

A real não é o OnlyFans. É o mecanismo.
O bug não mora no corpo, mora no fluxo de atenção infinito.
Você não precisa vender nada. Só precisa não entregar tudo.
O jogo é girar a promessa como moeda.
O truque é simples
Enquanto a galera finge que vende nude, o estoque nunca acaba.
Cada foto não é nude. É teaser de nude.
Cada vídeo não é entrega. É isca para o próximo vídeo.
Isso cria uma economia diferente:
não é produto, é expectativa.
Por que o algoritmo engole
Plataforma de assinatura vive de recorrência.
Se você entregar tudo em uma tacada, o ciclo morre.
Se você fatiar entrega em promessas, o ciclo não fecha nunca.
O OnlyFans não é pornografia. É venda parcelada de atenção.
E a lógica suja é essa:
O cliente paga por algo que nunca chega por inteiro
O produtor não precisa investir em estoque
O algoritmo adora porque o churn cai e a retenção cresce
Exploração infinita
A sacada: o valor não está no que você mostra, mas no que você segura.
O nude futuro é ativo.
A promessa vira patrimônio.
A ausência de entrega é a própria mercadoria.
É a mesma lógica de:
Cursos que nunca acabam
Séries que nunca fecham arco
Produtos em “pré-venda eterna”
O OnlyFans só deixou isso escancarado em escala industrial.
Bastidor real
Uma criadora que gira 100 assinantes a 20 dólares por mês já entendeu o bug.
Ela nunca entrega o “conteúdo final”.
O que mantém a máquina é o fluxo de prévias, vazamentos, bastidores, making of falso.
Os caras não estão pagando pelo nude.
Estão pagando pela sensação de que ele vai vir amanhã.
E essa é a falha:
o amanhã nunca chega, mas a cobrança sim.
O motor da recorrência
O insider sabe: não é só promessa, são ganchos sujos que seguram o fluxo.
Enquetes falsas: “qual nude sai semana que vem?”
Conversas privadas fake: dívida emocional que vira assinatura extra
Conteúdo PPV dentro da própria assinatura: duplo faturamento
Time bombs falsos: “vai sumir em 24h” que nunca some de verdade
Escassez infinita: “só 20 vão receber”, renovado toda semana
Ritual Semanal: 2 teasers públicos → 1 falsa votação → 3 DMs de dívida emocional → 1 PPV “limitado” → 48h de “vai sumir”. Repete.
Escada de PPV: $9 / $19 / $49 (com picos a $99 para baleias). Top 10% dos subs = 40–60% da receita de PPV.
Métricas sujas
Baseline operativa:
Churn 60–120 dias
Reativação 10–25%
ROI DM terceirizada 3–7x
TTF-PPV < 72h (tempo até 1º PPV)
SLA resposta em DM: 5–15 min em horário quente
Mensagens por sub/dia: 2–4 (máx. 6)
Mini-cálculo de LTV:
ARPU $20 x vida 3 meses = LTV $60
PPV médio $8 → LTV $68.
Cohort relâmpago:
Imagina que você abre o jogo com 100 assinantes.
Agora olha como o fluxo real apodrece mês a mês:
Depois de 30 dias, só 72 ainda estão pagando.
No mês 2, desce pra 55.
No mês 3, sobra 41 vivos na base.
O segredo não é chorar o churn.
É saber quais ganchos soltar em cada ponto do caminho:
Dia 1: cutuca o cara no privado, faz dívida emocional.
Dia 3: solta o primeiro conteúdo pago (não importa qual, importa que é cedo).
Dia 7: mete uma votação fake, deixa ele sentir que tá escolhendo.
Dia 14: ameaça de sumir conteúdo em 24h, segura a corda.
Dia 28: drop caro só pros que já tão viciados — as “baleias” que sustentam a máquina.
É isso que segura a recorrência:
o cara acha que tá comprando nude, mas tá preso num calendário invisível de ganchos sujos.
Fora da pornografia
Esse bug não é exclusivo do OF.
SaaS: “feature fantasma” → waitlist +14% retenção
Comunidade paga: “framework em construção” → cancelamentos -18%
Newsletter cripto: “próximo drop” → PPV de relatório a $9.90 com take rate 12%
Mesma lógica: o valor tá no que falta, não no que você já tem.
Ferramentas usadas
OnlyFans (plataforma central)
Telegram / Discord (canais de vazamento controlado)
Twitter (iscas públicas com promessa de mais)
Stripe (cashflow recorrente sem atrito)
Agências de DM terceirizada (motor real da retenção)
1 operador sustenta 60–100 contas com SLA 15 min
Auditoria diária: 10 chats de amostra
Lista negra de gatilhos proibidos (palavras que quebram ToS)
CRM low profile (Airtable/Notion para taguear baleias/reativações)
Tags: baleia / silencioso-reativo / risco-chargeback
Link hub com UTMs (Beacons/Linktree camuflado)
Convenção:
utm_source=twitter|tg|ppv,utm_medium=teaser|dm,utm_campaign=dropYYWW,utm_content=price09|19|49
Macros de DM (6 mensagens padrão):
quebra-gelo com inside joke
promessa condicionada
mini-escolha A/B → dívida emocional
foto “errada” + isca
urgência natural
fecho PPV + pós-compra
Checklist de execução
Nunca entregar o “final boss”
Transformar promessa em ativo
Fatiar entrega em teasers infinitos
Injetar ganchos sujos de retenção
Medir churn e reinício como métrica central
Usar DM terceirizada como motor de escala
Cashflow roda sem estoque físico
Puxar PPV/Assinatura % toda semana
Sinal de alarme: entregou demais se PPV cair 50%
Plano de contingência:
Sinal de ban iminente: queda de alcance + aviso de ToS
Fallback de pagamento pronto
Espelho de catálogo em domínio sombra
Export diário da base (e-mail/Telegram)
O amanhã que vende é o que nunca chega
Fechamento
Esse bug não é do OnlyFans.
É um modelo de cashflow fantasma que você pode aplicar em qualquer lugar onde promessa vale mais que produto.

Written by
Ian Fernandes
Christina, a self-taught graphic designer and prolific blogger, focuses on how good design can lead to business success. With a keen eye for user experience and brand identity, Christina's writings offer practical insights and inspiration for both up-and-coming and established designers. Their approachable, hands-on advice has helped countless individuals transform their ideas into tangible, beautiful realities.
More articles by
Ian Fernandes





